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  • Foto do escritorFederação Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas

Cadê o CP? Administração Pública.


Chegouuu 😄 O SÉTIMO depoimento do nosso Tópico Temático Mensal Cadê o CP? 🔍 -------------------------------------------

Jonathan Souza - FUNDAÇÃO JOAO PINHEIRO

Alguns amigos já me falaram “você tem muito a ver com o setor público, esse é seu propósito”. Já me perguntei se realmente esse é meu lugar, mas, no fundo, sei que é. Até uma época da minha vida, eu quis fazer Engenharia, ser um engenheiro bem-sucedido. Graças a Deus e à minha tia, eu desisti dessa ideia. Em uma bela tarde, na casa da minha tia, ela me disse a seguinte frase: “você tem 17 anos e não sabe o que quer dar vida, então faça Fundação João Pinheiro”. Hoje, posso dizer que ela estava certa. Entrei para a Fundação João Pinheiro em agosto de 2010 e foi uma das melhores coisas que fiz. Amo o que faço.

Marguerite Yourcenar disse que “O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos (...)” e, desde que ouvi essa frase no filme “Meu nome não é Johnny”, tenho carregado essa sabedoria comigo. Eu era apenas um estagiário que ajudava a acompanhar as ações estratégicas da Secretaria de Educação, enquanto na faculdade cursava a matéria de políticas públicas. Um dia, durante a aula, eu comecei a pensar sobre minha trajetória como pessoa e aquele foi um momento em que lancei um olhar inteligente sobre mim. Eu era um garoto que tinha chegado naquela posição graças à Educação e às oportunidades que ela me proporcionou. Durante minha vida acadêmica, nunca fui o aluno com as notas mais altas da sala, aliás, hoje vejo que notas nem sempre dizem muito sobre quem você é. Mesmo sendo esse aluno meio termo, eu estava em um lugar onde poderia colaborar, mesmo que de forma mínima, com a política de educação. Havia encontrado meu propósito.


Trabalhar com educação foi e é o que fez meu olho brilhar. Saber que a educação é uma forma de transformar a realidade é o que me motiva. Saber que os ônibus escolares que monitorei são os mesmos que meus sobrinhos utilizarão para ir para a escola me dá um sentimento de “eu faço parte disso”.


No meio dessa trajetória, conheci a Fundação Estudar e me interessei pelo curso de liderança que aconteceria em Belo Horizonte, mesmo que o tema não se ligasse de maneira tão evidente à minha formação. Foi uma das melhores conexões que fiz, já que grandes amigos e parceiros surgiram daquela edição. Mais do que liderar uma equipe, é preciso ser líder de si mesmo, aprender a focar suas ideias e esforços, a lapidar seu propósito. Esses aprendizados, porém, foram o apenas ponto de partida para um relacionamento longo com a Estudar.


Uma das lições mais valiosas que aprendi foi que sempre deveríamos nos perguntar “por que não?”. Essa foi a pergunta que me fiz quando recebi o convite para multiplicar a edição do Labx em Lavras, uma cidade na qual, até aquele momento, nunca tinha pisado. O Labx é uma versão menor do programa de liderança de eu que havia participado, e o desafio de conseguir gente para o evento, parcerias, local, coffee, etc, foi um dos mais difíceis e mais divertidos. Desafios diferentes exigem atitudes diferentes e foi com muita criatividade que eu e minha dupla de facilitação fizemos o primeiro Labx em Lavras. Depois desse, foram mais 4 edições Minas Gerais afora, em que atuei como multiplicador.


Após o Labx, eu me candidatei para ser representante do Núcleo da Fundação Estudar em Belo Horizonte. Fiz parte da primeira turma, que contava ainda com SP e RJ. O Núcleo é uma rede de ex-participantes dos programas da Estudar que atualmente conta com mais de mil pessoas espalhadas pelo país todo. Ser representante foi uma oportunidade ímpar, aprendi muito com as pessoas que estavam comigo. Aprendi a gerenciar uma rede, a gerenciar conflitos, a saber equilibrar os momentos de ser calmo e de ser enérgico e, principalmente, aprendi como expandir conexões.


Também sempre quis empreender, isso é um fato. Então, olhei para todas as experiências que havia vivido, toda a bagagem que acumulei ao longo desses anos, e, um dia, em uma conversa com meu atual sócio, me fiz novamente a pergunta “por que não?”. Um mês depois, tínhamos um time formado e um nome - Pratik. Foi assim que nasceu minha startup, uma escola sem grades e que busca inovar no setor de educação, esse mesmo que já fez meus olhos brilharem tantas vezes. Pensamos como seria uma escola do futuro, quais são os pontos que precisam melhorar no modelo de ensino e como nós, sócios, gostaríamos de aprender. Apresentamos a nossa proposta para as pessoas e vimos que não éramos os únicos interessados nela. Hoje, já são sete meses como gestor da minha escola e muitas histórias para contar (www.epratik.com.br).


Se você quiser pular toda minha história, ou esquecer tudo que disse acima, faça. Todavia, não se esqueça do que vou dizer agora!

Aproveite o processo.


Olhando para trás, vejo como cada etapa que vivi contribuiu com algo na minha carreira, mesmo que parecesse fugir da minha formação acadêmica. Toda experiência foi válida, da mais simples à mais complexa. Além disso, manter a mente aberta para o novo, não me fechando no campo de públicas, me possibilitou enxergar novos horizontes e novas possibilidades. Fundação João Pinheiro, Fundação Estudar, Labx, Núcleo, Pratik e muitas outras instituições não foram um fim em si, mas um meio rico em aprendizados, que me permitiu caminhar em direção ao que acredito ser meu propósito. Quero gerar transformação e acredito que isso se faz impactando pessoas e organizações, independentemente da área que eu tenha escolhido seguir. É por isso, por exemplo, que facilito cursos de liderança múltiplos. O setor público é incrível, mas ele é apenas uma das possibilidades que o mundo atual nos oferece. Se eu puder te deixar um só conselho, é esse: sempre amplie seus horizontes.

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